No último domingo, o goleiro Rogério Ceni do São Paulo entrou para a história do futebol por ter marcado seu centésimo gol. O fato por si só já era suficiente para chamar a atenção do mundo inteiro e fazer com que torcedores de todos os times rendessem homenagens ao jogador, mas ele surpreendeu ainda mais naquele mesmo dia.
O programa Fantástico, da TV Globo, levou ao ar a brincadeira em que os jogadores que fazem três gols no mesmo jogo têm o direito de pedir uma música. Abriu-se uma exceção a Ceni devido ao seu feito heróico e, em meio aos tradicionais pagodes, sertanejos e canções religiosas que predominam o mundo do futebol, ele mandou sem pestanejar: “Quero ouvir AC/DC, You Shook Me All Night Long”.
Embora o grande público possa ter se assustado com essa preferência roqueira, os torcedores do São Paulo (e quem acompanha o futebol mais de perto) já conheciam essa faceta do goleiro. Afinal, por determinação de Ceni, o time entra em campo ao som de "Hells Bells", também do AC/DC, quando joga em casa, no Morumbi.
O jogador já declarou seu apreço pelo gênero em diversas entrevistas e vez ou outra é visto com músicos são-paulinos como Nando Reis, Andreas Kisser, Nasi e Andria Busic. Esse último, aliás, fez uma música em homenagem a Ceni com o Dr. Sin e colocou no Youtube logo após o centésimo gol. Intitulada "O número 1" a música é em português, tem uma pegada mais Pop e uma bela perofmance vocal de Busic.
Ainda que tenha sua imagem atrelada fortemente ao pagode, estilo preferido pela esmagadora maioria dos jogadores, o futebol é a paixão nacional e, assim, tem um público tão diverso quanto os próprios brasileiros. Praticamente todo clube tem ou já teve uma torcida, ainda que pequena, formada por headbangers.
É só prestar atenção nas arquibancadas para ver bandeiras, faixas, símbolos e nomes com referências a bandas como Motörhead, Iron Maiden, Slayer e até The Doors. Até o meu glorioso Juventus da rua Javari, no bairro da Mooca, já teve a sua Ju-Metal.
Além de cumprir com sua obrigação sendo um goleiro competente, ele também é artilheiro, bem articulado, educado e um dos poucos que demonstram amor pela camisa, permanecendo anos e anos no mesmo clube e tendo prioridades que não são apenas buscar o maior salário não importando se na Croácia ou no Uzbequistão, como é de praxe no meio. Rogério Ceni é, de fato, um atleta diferenciado e só poderia mesmo ser do Rock.
31 março, 2011
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