Não faltam recursos para se prender a atenção: lasers e imagens aleatórias em telão, papéis picados e bolas coloridas jogados na plateia, fogos de artifícios e um Chris Martin sempre carismático. Tudo para emoldurar canções de tons épicos. Por isso o repertório oscila entre extremos, mas as músicas mais antigas, da época em que o Coldplay passeava sem pretensão pelos redutos underground, convivem em harmonia com as novas composições.
Do sucesso de seriado norte-americano "Violet Hill" a "Clocks" e "In My Place", todas se encaixam entre uma mudança e outra de sonoridade. Algumas delas precisam de uma mãozinha, como "God Put A Smile Upon Your Face" revestida em batidas eletrônicas. A épica "Viva La Vida" é a que melhor funciona ao vivo com seu "oooh oooh", repetido em exaustão pelos fãs. E a nova "Major Minus" traz uma clara influência das guitarras de The Edge e das melodias de Bono --talvez pela parceria de ambas bandas com o produtor Brian Eno.
Com tempo para tocar mais uma música, como disse Chris Martin no palco, o encerramento veio com a também nova "Every Teardrop Is A Waterfall", sob chuva de fogos de artifício e o cantor vestindo a camisa do movimento voluntário "Rio, eu amo, eu cuido" e uma bandeira do Brasil na cintura. Com uma grandiosa estrutura visual, o Coldplay faz um belo espetáculo, mas peca nos excessos e na tentativa de se reinventar, caindo na armadilha de soar sempre igual. As cores que a banda usa durante o espetáculo são intensas, mesmo que o Coldplay seja por vezes monocromático.
Penúltimo dia de Rock In Rio
Antes do Coldplay, o Maroon 5, escalado de última hora, mostrou no Rock In Rio uma lista de hits radiofônicos. Os mexicanos do Maná levaram sua latinidade ao festival com hits como "Oye Mi Amor" e "Rayando El Sol". Ainda no Palco Mundo, os mineiros do Skank festejaram 20 anos de carreira e relembraram sucessos como "Garota Nacional", "Vou Deixar" e "Mil Acasos". Frejat relembrou em seu show Cazuza e Barão Vermelho (banda que participou do primeiro Rock In Rio, em 1985).
No Palco Sunset, os cearenses do Cidadão Instigado misturaram-se com o gaúcho Júpiter Maçã. O encontro da paulista Tiê e o uruguaio Jorge Drexler (que gravaram juntos no mais recente CD dela) manteve a diversidade musical, continuada pelo maranhense Zeca Baleiro e o congolês Lokua Kanza. O encerramento ficou pelos amigos Arnaldo Antunes e Erasmo Carlos --que, depois das históricas vaias no festival, em 1985, foi muito bem recebido.
Este sábado foi o sexto dia do Rock In Rio 2011. Na reta final, o festival chega ao seu encerramento neste domingo (2) com System of a Down, que retoma a carreira após anos afastado dos palcos, e o Guns N' Roses.
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